segunda-feira, 16 de março de 2015

O poder transformador das Redes

No final de janeiro a vila de Serra Grande recebeu a segunda edição do Festival Esperança Conduru e um dos assuntos que integrou a programação foi “o poder transformador das redes”. No mini-curso, ministrado por Evelyn Araripe (Arapyaú), Raquel Davi (Rede Dragon Dreaming Brasil e Projeto Florescer) e Thomas Ufer (CoCriar), tivemos a participação de 10 pessoas que trouxeram as suas experiências, questionamentos e sonhos sobre a atuação em rede.


Não há dúvidas de que atuar em rede é importante. As redes têm o potencial de fortalecer relações, dar escala a ideais e ajudar a economizar energias e evitar que muita gente gaste tempo e recursos para fazer as mesmas coisas. Mas se a gente sabe que as redes têm toda essa força, porque ainda é tão difícil atuar em rede?

Com essa provocação na cabeça fizemos um World Café concentrado em três perguntas:

O que a gente entende como rede?

Qual o poder transformador das redes?

Quais valores e principios são importante para se trabalhar em rede?


Na primeira questão ficou claro que a maioria dos participantes tinha um entendimento comum sobre as redes: são espaços não hierárquicos onde há um objetivo comum a ser alcançado por diferentes pessoas e instituições. Palavras como inclusão, integração, descentralização e autonomia foram comuns entre os três grupos.

Já na questão “qual o poder transformador das redes” o que ficou muito forte foi a importância do fazer junto, do poder do coletivo. Thomas Ufer deu um exemplo ótimo que foi repetido ao longo de todo o encontro de que o desafio das redes é ser “mais eco e menos ego”, ou seja, parar de olhar só para o seu lado (ego) e pensar e agir em prol do coletivo (eco). Além disso, foi destacado como atuar em rede também é uma maneira de valorizar potenciais individuais para o coletivo.


Por último, na questão sobre princípios e valores para se atuar em rede, a chuva de ideias foi grande e diversa. Mas o que ficou muito forte é que atuar em rede envolve elementos como o saber ouvir, atuar com transparência, compartilhar responsabilidades e buscar um caminho do meio onde todos se sintam confortáveis em atuar juntos em prol de uma causa coletiva.


Além dessas três rodadas de discussões em torno das perguntas, o grupo ainda trouxe temas que não foram muito abordados nas conversas, mas que ainda queriam levantar. O principal deles foi a questão das “hierarquias naturais” que acabam se formando em rede, ou seja, grupos ou indivíduos que acabam assumindo o papel de referência, facilitador, porta voz ou até mesmo coordenador em um espaço que deveria ser totalmente horizontal. As principais conclusões foi a de que é natural que em rede as pessoas tenham formas de dedicação diferente e que algumas, com mais disponibilidade para aquele espaço, assuma um papel de referência e que precisamos saber lidar melhor com estas situações. Ou seja, não cobrando ou criticando, mas valorizando e potencializando as diferentes dedicações que cada integrante pode dar àquela rede naquele momento.

No mais, também foi levantada a questão de se as redes precisam de recursos financeiros para existir. A conclusão foi a de que em muitos caso, dependendo do objetivo final da rede, ela vai sim necessitar investir recursos e não há problema nisso e que também aprender a falar sobre isso e buscar as melhores fontes para se financiar necessidades das redes é necessário nestes espaços.

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